Maçonaria - o
nome "maçonaria" provém do francês maçonnerie, que significa
"construção", "alvenaria", "pedreira". O termo maçom (ou maçon), segundo o
mesmo Dicionário, provém do inglês mason e do francês maçon, que quer dizer
'pedreiro', e do alemão metz, 'cortador de pedra'. O termo maçom portanto é um
aportuguesamento do francês; maçonaria por extensão significa associação de
pedreiros.
Estudiosos e pesquisadores costumam dividir a origem da
maçonaria em três fases distintas.
Maçonaria Primitiva
Maçonaria Operativa
Maçonaria Especulativa
Maçonaria Primitiva
A Maçonaria Primitiva, ou "Pré-Maçonaria", é o
período que abrange todo o conhecimento herdado do passado mais remoto da
humanidade até o advento da Maçonaria Operativa. Há quem busque nas primeiras
civilizações a origem iniciática. Outras buscam no ocultismo, na magia e nas
crendices primitivas a origem do sistema filosófico e doutrinário. Tantas são
as controvérsias, que surgiram variadas correntes dentro da maçonaria. A origem
mais aceita, segundo a maioria dos historiadores, é que a Maçonaria Moderna
descende dos antigos construtores de igrejas e catedrais, corporações formadas
sob a influência da Igreja na Idade Média.
É evidente que a falta de documentos e registros dignos de
crédito, envolve a maçonaria numa penumbra histórica, o que faz com que os
fantasistas, talvez pensando em engrandecê-la, inventem as histórias sobre os
primórdios de sua existência. Há vertentes afirmando que ela teve início na
Mesopotâmia, outras confundem os movimentos religiosos do Egito e dos Caldeus
como sendo trabalhos maçônicos. Há escritores que afirmam ser o Templo de
Salomão o berço da Maçonaria.
O que existe de verdade é que a Maçonaria adota princípios e
conteúdos filosóficos milenares, que foram adotados por instituições como as
"Guildas" (na Inglaterra), Compagnonnage (na França), Steinmetzen (na
Alemanha). O que a Maçonaria fez foi adotar todos aqueles sadios princípios que
eram abraçados por instituições que existiram muito antes da formação de
núcleos de trabalho que passaram à história como o nome de Maçonaria Operativa
ou de Ofício.
Maçonaria Operativa
A origem perde-se na Idade Média, se considerarmos as suas origens
Operativas, ou seja associação de cortadores de pedras verdadeiros, que tinha
como ofício a arte de construção de castelos, muralhas etc.
Na Idade Média o ofício de pedreiro era uma condição
cobiçada para classe do povo. Sendo esta a única guilda que tinha o direito de
ir e vir. E para não perder suas regalias o segredo deveria ser guardado com
bastante zelo.
Após o declínio do Império Romano, os nobres romanos
afastaram-se das antigas cidades e levaram consigo camponeses para proteção
mútua para se proteger dos bárbaros. Dando início ao sistema de produção
baseado na contratação servil Nobre-Povo (Feudalismo)
Ao se fixar em novas terras, Os nobres necessitavam de
castelos para sua habitação e fortificações para proteger o feudo. Como a arte
de construção não era nobre, deveria advir do povo e como as atividades
agropecuária e de construção não guardavam nenhuma relação, uma nova classe
surgiu: Os construtores, herdeiros das técnicas romanas e gregas de construção
civil.
Outras companhias se formaram: artesão, ferreiro,
marceneiros, tecelões enfim, toda a necessidade do feudo era lá produzida. A
maioria das guildas limitava-se no entanto às fronteiras do feudo.
Já as guildas dos pedreiros necessitavam mover-se para a
construção das estradas e das novas fortificações dos Templários. Os demais
membros do povo não tinham o direito de ir e vir, direito este que hoje temos e
nos é tão cabal. Os segredos da construção eram guardados com incomensurável
zelo, visto que, se caíssem em domínio público as regalias concedidas à
categoria, cessariam. Também não havia interesse em popularizar a profissão de
pedreiro, uma vez que o sistema feudal exigia a atividade agropecuária dos
vassalos.
A Igreja Católica Apostólica Romana encontra neste sistema o
ambiente ideal para seu progresso. Torna-se uma importante, talvez a maior,
proprietária feudal, por meio da proliferação dos mosteiros, que reproduzem a
sua estrutura. No interior dos feudos, a igreja detém o poder político,
econômico, cultural e científico da época.
Maçonaria Especulativa
A Maçonaria Especulativa Em 24 de junho de 1717, na
Inglaterra, é que tem origem a Maçonaria atual e a partir dessa data, a
Maçonaria começou a ser denominada de "Maçonaria Especulativa".
Corresponde a segunda fase, que utiliza os moldes de organização dos maçons
operativos juntamente com ingredientes fundamentais como o pensamento
iluminista, ruptura com a Igreja Romana e a reconstrução física da cidade de
Londres, berço da maçonaria regular.
Com o passar do tempo as construções tornavam-se mais raras.
O feudalismo declinou dando lugar ao mercantilismo. Com consequência o
enfraquecimento da igreja romana. Havendo uma ruptura da unidade cristã
advindas da reforma protestante.
Superada a tragédia da peste negra que dizimou a população
mundial, particularmente da Europa, teve início o Iluminismo no século XVIII,
que defendia e tinha como princípio a razão, ou seja, o modo de pensar, de ter
"luz".
A Inglaterra surge como o berço da Maçonaria Especulativa
regular durante a reconstrução da cidade após um incêndio de grandes proporções
em sua capital Londres em setembro de 1666 que contou com muitos pedreiros para
reconstruir a cidade nos moldes medievais.
Para se manter foram aceites outras classes de artífices e
essas pessoas formaram paulatinamente agremiações que mantinham os costumes dos
pedreiros nas suas reuniões, o que diz respeito ao reconhecimento dos seus
membros por intermédio dos sinais característicos da agremiação.
Essas associações sobreviveram ao tempo. Os segredos das
construções não eram mais guardados a sete chaves, eram estudados
publicamente.Todavia o método de associação era interessante, o método de
reconhecimento da maçonaria operativa era muito útil para o modelo que surgiu
posteriormente. Em vez de erguer edifícios físicos, catedrais ou estradas, o
objetivo era outro: erguer o edifício social ideal.
Maçonaria e religião
A Maçonaria Universal, regular ou tradicional, é a que
professa pela via sagrada, independentemente do seu credo religioso, trabalha
na sua Loja sob a invocação do Grande Arquitecto do Universo, sobre os livros
sagrados, o esquadro e o compasso. A necessária presença de mais do que um
livro sagrado no altar de juramento, reflecte exactamente o espírito tolerante
da maçonaria universal e regular.
Grande Arquiteto do Universo, etimologicamente se refere ao
principal Planejador de tudo que existe, principalmente do mundo material
(demiurgo) independente de uma crença ou religião específica.
Assim, 'Grande Arquiteto do Universo' ou 'G.A.D.U.' é uma
designação maçônica para uma força superior, planejadora de tudo o que existe.
Com esta abordagem, não se faz referência a uma ou outra religião ou crença,
permitindo que maçons muçulmanos, católicos, espíritas e outros, por exemplo,
se reúnam numa mesma loja maçônica. Para um maçom de origem católica, por
exemplo, G.A.D.U. o remete a Deus, enquanto que para um muçulmano se referiria
a Alah. Assim as reuniões em loja podem congregar irmãos de diversas crenças,
sem invadir ou questionar seus conteúdos.